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segunda-feira, 30 de março de 2015

RITO DA ELEIÇÃO! Com Jovens e Adultos!

EXPLICANDO O SIGNIFICADO DESTE RITO (CELEBRAÇÃO)



O tempo da Quaresma, não excluído seu caráter penitencial, possui uma forte dimensão batismal. Para todos nós é tempo de rever como estamos vivendo as promessas de nosso batismo, as quais iremos renovar solenemente na Vigília Pascal. Para os catecúmenos, isto é, para aqueles que desejam abraçar a fé da Igreja, o tempo da Quaresma é o tempo da preparação próxima para a recepção dos Sacramentos da Iniciação Cristã, igualmente na Vigília Pascal.

Para as comunidades que, seguindo a venerável tradição e o ensinamento da Igreja, administram aos catecúmenos os sacramentos na Vigília Pascal, com o tempo da Quaresma inicia-se o chamado Tempo da Purificação e Iluminação. Após o período de catequese e estando devidamente preparados, os catecúmenos são acolhidos pela comunidade e acompanhados por ela em sua preparação à recepção dos sacramentos. Este tempo é marcado por várias celebrações, as quais passaremos a comentar durante este tempo quaresmal.

No Primeiro Domingo da Quaresma realiza-se o rito da Eleição ou Inscrição do Nome. A Missa inicia-se como de costume, até a homilia inclusive. Podem-se tomar as leituras do Ano A, mais apropriadas para os ritos do catecumenato.

Após a homilia, é feita a apresentação dos candidatos pelo catequista ou outra pessoa indicada. Cada um dos catecúmenos, chamado pelo nome, aproxima-se do celebrante, que interroga os padrinhos acerca da vivência cristã dos catecúmenos. Dado o testemunho favorável, o celebrante interroga os próprios catecúmenos acerca de seu desejo de iniciar-se na fé católica.

Segue-se o rito da inscrição dos nomes. Cada catecúmeno aproxima-se do celebrante e diz claramente o seu nome. Se for oportuno, o catecúmeno pode também escrever o seu nome e apresentá-lo ao celebrante, ou ainda o padrinho pode fazê-lo.


Terminada a inscrição dos nomes, passa-se à admissão ou eleição dos catecúmenos. O celebrante acolhe-os utilizando a seguinte fórmula, após dizer os nomes dos catecúmenos: Eu declaro vocês eleitos para serem iniciados nos sagrados mistérios na próxima Vigília Pascal, ao que os catecúmenos respondem: “Graças a Deus”.

Em seguida, o celebrante exorta os catecúmenos a permanecerem fieis ao chamado de Cristo e igualmente exorta os padrinhos a acompanharem seus afilhados com o auxílio e o exemplo.



O rito encerra-se com uma oração pelos eleitos em forma litânica e com a despedida dos catecúmenos, que devem retirar-se da igreja. Pode mesmo parecer-nos estranha tal recomendação, mas os catecúmenos devem participar de forma plena da Eucaristia apenas na Vigília Pascal.

A celebração da Missa, após a saída dos catecúmenos, prossegue com a oração dos fieis, seguida da profissão de fé e do Ofertório, a partir do qual faz-se tudo como de costume.



REFERÊNCIA: Ritual da Iniciação Cristã de Adultos, p. 62-69.








Nosso Pároco, Padre Rúzevel, exortando aos nossos jovens e adultos a missão que a Igreja confia a cada um.


Aqui na Paróquia de Santa Isabel, O Rito da Eleição foi realizado no dia 21 de Fevereiro, véspera do 1º Domingo da Quaresma, contando com a participação de jovens e adultos das Comunidades São Raimundo Nonato, Centro, São Sebastião, Nossa Senhora de Fátima, Sagrada Família, Santa Rosa, Nossa Senhora do Rosário, Nossa Senhora Aparecida, Santa Luzia (Ferreira Pena) e Santa Luzia (Santa Lúcia), Nossa Senhora de Nazaré. 

No total foram quase 200 jovens e adultos que participaram desta Celebração. Entre estes, temos alguns que serão Batizados e que receberão pela primeira vez a Eucaristia no dia 04 de Abril, durante a VIGÍLIA PASCAL. Uma Celebração que, como vimos acima, faz parte da nova realidade das atividades da Catequese que, agora mais do que nunca, valoriza a vivência e a participação nas atividades das Comunidades e um maior engajamento dos jovens e adultos. 
Outros tantos receberão o Sacramento da Crisma, PREVISTO para acontecer no dia 24 de Maio, data em que a Igreja celebra o PENTECOSTES. A Celebração da Crisma tem tudo a ver com esse dia porque os jovens serão ungidos pelo Espírito Santo para sua Missão que é trabalhar pela Igreja, fortalecendo a cada dia sua fé em Cristo Jesus no serviço aos próximo.

E toda a Paróquia é convidada a está conosco nestes dias vindouros rezando por essa juventude para que permaneçam firmes e fortes no caminho que Jesus confiou a cada um. E que assim seja!

domingo, 1 de março de 2015

Palavras do Papa sobre Quaresma e Jejum: Vale a pena a leitura!

Papa Francisco explica qual é o verdadeiro jejum

"Nesta Quaresma – pergunta o Papa – em seu coração existe ainda lugar para quem não cumpriu os mandamentos? Que cometeram erros e estão encarcerados?”

Os cristãos, especialmente na Quaresma, são chamados a viver coerentemente o amor a Deus e o amor ao próximo. Este é um dos trechos da homilia que Francisco pronunciou numa Missa celebrada na manhã desta sexta-feira na Casa Santa Marta.

O Papa se inspirou na primeira Leitura extraída do Livro de Isaías, em que o povo se lamenta a Deus por não ouvir seus jejuns. Para o Pontífice, é preciso distinguir entre “o formal e o real”. Ou seja, de que adianta jejuar, não comer carne, e depois brigar ou explorar os funcionários? Eis o motivo pelo qual Jesus condenou os fariseus, porque faziam “tantas observações exteriores, mas sem a verdade do coração”.

O amor a Deus e ao homem estão unidos.

O jejum que Jesus quer, ao invés, é o que desfaz as cadeias injustas, liberta oprimidos, veste quem está nu, faz justiça. “Este é o verdadeiro jejum – reiterou o Papa – o jejum que não é somente exterior, uma lei externa, mas deve vir do coração”:

“E nas tábuas da lei há o preceito em relação a Deus, em relação ao próximo e os dois estão juntos. Eu não posso dizer: “Mas, não, eu cumpro os primeiros três mandamentos... e os outros mais ou menos”. Não, se não cumpre estes, não pode cumprir aqueles, e se cumpre este, deve cumprir aquele. Estão unidos: o amor a Deus e o amor ao próximo são uma unidade e se quiser fazer penitência, real e não formal, deve fazê-la diante de Deus e também com o seu irmão, com o próximo”.

Usar Deus para cobrir a injustiça

Pode-se ter tanta fé, prosseguiu, mas – como diz o Apóstolo Tiago – se “não realiza obras, é morta, para que serve?”. Assim, se alguém vai à Missa todos os domingos e comunga, pode-se perguntar: “E como é a sua relação com seus funcionários? Os paga de maneira irregular? Dá a eles um salário justo? Paga também as taxas para a aposentaria? Para a assistência de saúde?”.

“Quantos homens e mulheres têm fé mas dividem as tábuas da lei: ‘Sim, eu faço isso... mas você dá esmolas? Sim, sim, sempre mando um cheque para a Igreja. Ah, então tá... Mas na tua Igreja, na tua casa, com quem depende de você (filhos, avós, funcionários), você é generoso, é justo? Não se pode fazer ofertas à Igrejas e pelas costas, ser injusto com seus funcionários. Este é um pecado gravíssimo: usar Deus para cobrir a injustiça”. 

“E isto – retomou o Papa – é aquilo que o profeta Isaias, em nome do Senhor, nos explica”: “Não é um bom cristão quem não faz justiça com as pessoas que dependem dele”. E não é um bom cristão aquele que não se despoja de algo necessário para dar ao próximo, que precisa”.

O caminho da Quaresma é “este, é duplo: a Deus e ao próximo. É real, não simplesmente formal. Não é somente deixar de comer carne sexta-feira, fazer alguma coisinha e depois, deixar aumentar o egoísmo, a exploração do próximo, a ignorância dos pobres”.


“Alguns – contou o Papa – quando precisam se curar vão ao hospital, e por ter um plano de saúde, obtém a consulta rápido. “É uma coisa boa – comentou Francisco – agradeça ao Senhor. Mas, diga-me, você pensou naqueles que não têm esta facilidade e quando vão ao hospital devem esperar 6, 7, 8 horas para uma coisa urgente”. 

Para ler a matéria na íntegra, vale a pena acessar: 

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Mensagem do Papa Francisco para Quaresma 2015

“Fortalecei os vossos corações”, propõe papa Francisco em mensagem para Quaresma

Na mensagem por ocasião do período da Quaresma, o papa Francisco recorda que trata-se de “um tempo propício para mostrar interesse pelo outro, através de um sinal – mesmo pequeno, mas concreto – da nossa participação na humanidade que temos em comum”. A Quaresma 2015 terá início na Quarta-feira de Cinzas, 18 de fevereiro.
No texto, cujo título é “Fortalecei os vossos corações”, Francisco pede para que os cristãos não caiam na tentação da indiferença na vida em sociedade. “Estamos saturados de notícias e imagens impressionantes que nos relatam o sofrimento humano, sentindo ao mesmo tempo toda a nossa incapacidade de intervir”. E, continuando a reflexão, questiona: “Que fazer para não nos  deixarmos absorver por esta espiral de terror e impotência? Em primeiro lugar, podemos rezar na comunhão da Igreja terrena e celeste”.
Confira íntegra da mensagem:
MENSAGEM DO PAPA FRANCISCO PARA A QUARESMA DE 2015
« Fortalecei os vossos corações» (Tg5,8)
Amados irmãos e irmãs!
Tempo de renovação para a Igreja, para as comunidades e para cada um dos fiéis, a Quaresma é  sobretudo um « tempo favorável » de graça (cf. 2  Cor6,2). Deus nada nos pede, que antes não no-lo  tenha dado: « Nós amamos, porque Ele nos amou  primeiro »  (1 Jo4,19). Ele não nos olha com indiferença; pelo contrário, tem a peito cada um de nós,  conhece-nos pelo nome, cuida de nós e vai à nossa  procura, quando O deixamos. Interessa-Se por cada  um de nós; o seu amor impede-Lhe de ficar indiferente perante aquilo que nos acontece. Coisa diversa se passa conosco! Quando estamos bem e comodamente instalados, esquecemo-nos certamente  dos outros (isto, Deus Pai nunca o faz!), não nos  interessam os seus problemas, nem as tribulações  e injustiças que sofrem; e, assim, o nosso coração  cai na indiferença: encontrando-me relativamente  bem e confortável, esqueço-me dos que não estão  bem! Hoje, esta atitude egoísta de indiferença atingiu uma dimensão mundial tal que podemos falar de uma globalização da indiferença. Trata-se de um  mal-estar que temos obrigação, como cristãos, de  enfrentar.
Quando o povo de Deus se converte ao seu  amor, encontra resposta para as questões que a história continuamente nos coloca. E um dos desafios  mais urgentes, sobre o qual me quero deter nesta  Mensagem, é o da globalização da indiferença. Dado que a indiferença para com o próximo e  para com Deus é uma tentação real também para  nós, cristãos, temos necessidade de ouvir, em cada  Quaresma, o brado dos profetas que levantam a voz  para nos despertar. A  Deus  não  Lhe  é  indiferente  o  mundo,  mas  ama-o  até  ao  ponto  de  entregar  o  seu  Filho  pela  salvação de todo o homem. Na encarnação, na vida  terrena, na morte e ressurreição do Filho de Deus,  abre-se definitivamente a porta entre Deus e o homem, entre o Céu e a terra. E a Igreja é como a mão  que mantém aberta esta porta, por meio da proclamação da Palavra, da celebração dos Sacramentos,  do testemunho da fé que se torna eficaz pelo amor  (cf. Gl 5,6).  O  mundo,  porém,  tende  a  fechar-se  em si mesmo e a fechar a referida porta através da  qual Deus entra no mundo e o mundo n’Ele. Sendo  assim, a mão, que é a Igreja, não deve jamais surpreender-se, se se vir rejeitada, esmagada e ferida. Por isso, o povo de Deus tem necessidade de  renovação, para não cair na indiferença nem se fechar em si mesmo. Tendo em vista esta renovação,  gostaria de vos propor três textos para a vossa meditação.
1. « Se um membro sofre, com ele sofrem todos os  membros » (1 Cor12,26)– A Igreja.
Com o seu ensinamento e sobretudo com o seu  testemunho, a Igreja oferece-nos o amor de Deus,  que rompe esta reclusão mortal em nós mesmos que  é a indiferença. Mas, só se pode testemunhar algo  que antes experimentámos. O cristão é aquele que  permite a Deus revesti-lo da sua bondade e misericórdia, revesti-lo de Cristo para se tornar, como Ele,  servo de Deus e dos homens. Bem no-lo recorda a liturgia de Quinta-feira Santa com o rito do lava-pés. Pedro não queria que Jesus lhe lavasse os pés, mas depois compreendeu que Jesus não pretendia apenas  exemplificar  como  devemos  lavar  os  pés  uns aos outros; este serviço, só o pode fazer quem,  primeiro, se deixou lavar os pés por Cristo. Só essa  pessoa « tem parte com Ele » (cf. Jo 13,8), podendo  assim servir o homem. A Quaresma é um tempo propício para nos deixarmos servir por Cristo e, deste modo, tornarmo-nos  como  Ele.  Verifica-se  isto  quando  ouvimos  a Palavra de Deus e recebemos os sacramentos,  nomeadamente a Eucaristia. Nesta, tornamo-nos naquilo que recebemos: o corpo de Cristo. Neste corpo, não encontra lugar a tal indiferença que,  com tanta frequência, parece apoderar-se dos nossos corações; porque, quem é de Cristo, pertence  a um único corpo e, n’Ele, um não olha com indiferença o outro. « Assim, se um membro sofre,  com ele sofrem todos os membros; se um membro  é  honrado,  todos  os  membros  participam  da  sua  alegria » (1 Cor12,26). A Igreja é communio sanctorum, não só porque,  nela, tomam parte os Santos mas também porque é  comunhão de coisas santas: o amor de Deus, que  nos foi revelado em Cristo, e todos os seus dons;  e, entre estes, há que incluir também a resposta de  quantos se deixam alcançar por tal amor. Nesta comunhão dos Santos e nesta participação nas coisas  santas, aquilo que cada um possui, não o reserva  só para si, mas tudo é para todos. E, dado que estamos interligados em Deus, podemos fazer algo  mesmo pelos que estão longe, por aqueles que não  poderíamos jamais, com as nossas simples forças,  alcançar: rezamos com eles e por eles a Deus, para  que todos nos abramos à sua obra de salvação.
2. « Onde está o teu irmão? »  (Gn 4,9) – As paróquias e as comunidades
Tudo o que se disse a propósito da Igreja universal  é  necessário  agora  traduzi-lo  na  vida  das  paróquias e comunidades. Nestas realidades eclesiais, consegue-se porventura experimentar que  fazemos parte de um único corpo? Um corpo que,  simultaneamente, recebe e partilha aquilo que  Deus nos quer dar? Um corpo que conhece e cuida dos seus membros mais frágeis, pobres e pequeninos? Ou refugiamo-nos num amor universal  pronto a comprometer-se lá longe no mundo, mas  que esquece o Lázaro sentado à sua porta fechada
(cf. Lc16,19-31)? Para receber e fazer frutificar plenamente aquilo que Deus nos dá, deve-se ultrapassar as fronteiras da Igreja visível em duas direções. Em primeiro lugar, unindo-nos à Igreja do Céu  na oração. Quando a Igreja terrena reza, instaura--se reciprocamente uma comunhão de serviços e  bens que chega até à presença de Deus. Juntamente  com os Santos, que encontraram a sua plenitude em  Deus, fazemos parte daquela comunhão onde a indiferença é vencida pelo amor. A Igreja do Céu não  é triunfante, porque deixou para trás as tribulações  do mundo e usufrui sozinha do gozo eterno; antes  pelo contrário, pois aos Santos é concedido já contemplar e rejubilar com o facto de terem vencido  definitivamente a indiferença, a dureza de coração  e  o  ódio,  graças  à  morte  e  ressurreição  de  Jesus.  E, enquanto esta vitória do amor não impregnar  todo o mundo, os Santos caminham conosco, que  ainda somos peregrinos. Convicta de que a alegria  no Céu pela vitória do amor crucificado não é plena  enquanto houver, na terra, um só homem que sofre e  geme, escrevia Santa Teresa de Lisieux, doutora da  Igreja:  « Muito  espero  não  ficar  inativa  no  Céu;  o meu desejo é continuar a trabalhar pela Igreja e pelas  almas »  (Carta254, de 14 de Julho de 1897).
Também nós participamos dos méritos e da alegria dos Santos e eles tomam parte na nossa luta e no  nosso desejo de paz e reconciliação. Para nós, a sua  alegria pela vitória de Cristo ressuscitado é origem de  força para superar tantas formas de indiferença e dureza de coração.
Em  segundo  lugar,  cada  comunidade  cristã  é  chamada a atravessar o limiar que a põe em relação  com a sociedade circundante, com os pobres e com os  incrédulos. A Igreja é, por sua natureza, missionária,  não fechada em si mesma, mas enviada a todos os  homens. Esta  missão  é  o  paciente  testemunho  d’Aquele  que quer conduzir ao Pai toda a realidade e todo o homem. A missão é aquilo que o amor não pode calar. A  Igreja segue Jesus Cristo pela estrada que a conduz a  cada homem, até aos confins da terra (cf.Act1,8). Assim podemos ver, no nosso próximo, o irmão e a irmã  pelos quais Cristo morreu e ressuscitou. Tudo aquilo  que recebemos, recebemo-lo também para eles. E, vice-versa, tudo o que estes irmãos possuem é um dom  para a Igreja e para a humanidade inteira.
Amados irmãos e irmãs, como desejo que os  lugares onde a Igreja se manifesta, particularmente as nossas paróquias e as nossas comunidades, se  tornem ilhas de misericórdia no meio do mar da indiferença!
3. « Fortalecei os vossos corações »  (Tg 5,8)– Cada um dos fiéis
Também como indivíduos temos a tentação da  indiferença. Estamos saturados de notícias e imagens impressionantes que nos relatam o sofrimento  humano, sentindo ao mesmo tempo toda a nossa  incapacidade de intervir. Que fazer para não nos  deixarmos absorver por esta espiral de terror e impotência? Em primeiro lugar, podemos rezar na comunhão da Igreja terrena e celeste. Não subestimemos  a força da oração de muitos! A iniciativa 24 horas para o Senhor, que espero se celebre em toda  a Igreja – mesmo a nível diocesano – nos dias 13 e  14 de Março, pretende dar expressão a esta necessidade da oração. Em segundo lugar, podemos levar ajuda, com  gestos de caridade, tanto a quem vive próximo de  nós como a quem está longe, graças aos inúmeros  organismos caritativos da Igreja. A Quaresma é um tempo propício para mostrar este interesse pelo  outro, através de um sinal – mesmo pequeno, mas  concreto – da nossa participação na humanidade  que temos em comum.  E, em terceiro lugar, o sofrimento do próximo  constitui um apelo à conversão, porque a necessidade do irmão recorda-me a fragilidade da minha  vida, a minha dependência de Deus e dos irmãos.
Se humildemente pedirmos a graça de Deus e aceitarmos os limites das nossas possibilidades, então  confiaremos  nas  possibilidades  infinitas  que  tem  de reserva o amor de Deus. E poderemos resistir à  tentação diabólica que nos leva a crer que podemos  salvar-nos e salvar o mundo sozinhos. Para superar a indiferença e as nossas pretensões de omnipotência, gostaria de pedir a todos  para viverem este tempo de Quaresma como um  percurso de formação do coração, a que nos convidava Bento XVI (Carta enc. Deus caritas est, 31).  Ter  um  coração  misericordioso  não  significa  ter  um  coração  débil.  Quem  quer  ser  misericordioso  precisa de um coração forte, firme, fechado ao tentador mas aberto a Deus; um coração que se deixe  impregnar pelo Espírito e levar pelos caminhos do  amor que conduzem aos irmãos e irmãs; no fundo,  um coração pobre, isto é, que conhece as suas limitações e se gasta pelo outro. Por isso, amados irmãos e irmãs, nesta Quaresma desejo rezar convosco a Cristo: « Fac cor nostrum secundum cor tuum – Fazei o nosso coração  semelhante ao vosso » (Súplica das Ladainhas ao  Sagrado Coração de Jesus). Teremos assim um coração forte e misericordioso, vigilante e generoso,  que não se deixa fechar em si mesmo nem cai na  vertigem da globalização da indiferença.
Com estes votos, asseguro a minha oração por  cada crente e comunidade eclesial para que percorram, frutuosamente, o itinerário quaresmal,  enquanto, por minha vez, vos peço que  rezeis por  mim. Que o Senhor vos abençoe e Nossa Senhora  vos guarde!
Vaticano, Festa de São Francisco de Assis, 4 de  Outubro de 2014.
Fonte: http://www.cnbb.org.br/imprensa-1/internacional/15751-fortalecei-os-vossos-coracoes-propoe-papa-francisco-em-mensagem-para-quaresma

Campanha da Fraternidade 2015: "Eu vim para servir..."

          
Por ocasião da Quaresma, a Igreja sempre escolhe um tema para ser refletido ao longo deste período. Geralmente um tema de forte comoção social e uma necessidade que se coloca. 

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2015
          A campanha da Fraternidade que todos os anos é promovida pela CNBB buscará recordar a vocação e missão de todo o cristão e das comunidades de fé, a partir do diálogo e colaboração entre Igreja e Sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II.
          Este ano, a Campanha da Fraternidade tem como tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir” (cf. Mc 10, 45), a Campanha da Fraternidade (CF) 2015 buscará recordar a vocação e missão de todo o cristão e das comunidades de fé, a partir do diálogo e colaboração entre Igreja e Sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II.
       Em 2015, a Igreja Católica Apostólica Romana celebra o 50º aniversário de encerramento do Concílio Vaticano II, realizado de outubro de 1962 a outubro de 1965. Tratou-se do evento mais marcante da Igreja no século. A Campanha da Fraternidade de 2015, no melhor espírito do papa Francisco, nos convida a todos a compreender a dimensão do serviço, não só na Igreja, mas em tudo o que fazemos, na família, na escola, no trabalho, em qualquer atividade pessoal ou social.

Para uma melhor reflexão sobre o que a CNBB propõe e objetiva para a CF deste ano, basta acessar o link http://www.cnbb.org.br/outros/cardeal-odilo-pedro-scherer/15317-igreja-e-sociedade-a-campanha-da-fraternidade-de-2015.

            A Campanha da Fraternidade é realizada no Brasil desde 1964. Confira abaixo um mosaico dos cartazes que, ao longo de década, vem nos colocando para refletir diferentes problemáticas.


LEITURA DO CARTAZ – CF 2015
         O cartaz da CF 2015 retrata o Papa Francisco lavando os pés na Quinta feira Santa de 2014. A Igreja atualiza o gesto de Jesus Cristo ao lavar os pés de seus discípulos. O lava pés é expressão de amor capaz de levar a pessoa a entregar sua vida pelo outro. É com este amor que todo ser humano é amado por Deus em Jesus Cristo. Ao entregar-se à morte de cruz e ressuscitar, como celebramos na Páscoa. Jesus leva em plenitude o ‘Eu vim para servir’ (cf. Mc 10,45).
          A Igreja Católica, através de suas comunidades, participa das alegrias e tristezas do povo brasileiro. O Concílio Vaticano II veio iluminar a missão da Igreja que é evangelizar. Evangelizar pelo testemunho dialogando com as pessoas e a sociedade. No diálogo a Igreja (as comunidades), está a serviço de todas as pessoas. Ao servir ela participa da construção de uma sociedade justa, fraterna, solidária e de paz. No serviço ela edifica o Reino de Deus.

O Hino da CF 2015 é o seguinte:

CF 2015
“Fraternidade: Igreja e Sociedade”
“Eu vim para servir” (cf. Mc 10,45).
L.: Pe. José Antonio de Oliveira
M.: Pe. José Weber
1) Em meio às angústias, vitórias  e lidas,
no palco do mundo, onde a história se faz, (cf. GS n. 2)
sonhei uma Igreja a serviço da vida.
/:Eu fiz do meu povo os atores da paz!:/

Quero uma Igreja solidária,
servidora e missionária,
que anuncia e saiba ouvir.
A lutar por dignidade,
por justiça e igualdade,
pois “EU VIM PARA SERVIR”(Mc 10,45).

2) Os grandes oprimem, exploram o povo,
mas entre vocês bem diverso há de ser.
Quem quer ser o grande se faça de servo:
/:Deus ama o pequeno e despreza o poder:/ (cf. Mc 10,42-45).

3) Preciso de gente que cure feridas,
que saiba escutar, acolher, visitar.
Eu quero uma Igreja em constante saída (EG, 20),
/:de portas abertas, sem medo de amar!:/

4) O meu Mandamento é antigo e tão novo:
Amar e servir como faço a vocês.
Sou Mestre que escuta e cuida seu povo,
/:um Deus que se inclina e que lava seus pés:/ (cf. Jo 13).

5) As chagas do ódio e da intolerância
se curam com o óleo do amor-compaixão (cf. Lc 10,29ss).
Na luz do Evangelho, acende a esperança.
/:Vem! Calça as sandálias, assume a missão.:/

A beleza do tempo quaresmal

          Amanhã, Quarta-Feira de Cinzas, dia 18 de Fevereiro, a Igreja no mundo todo Celebra o início da Quaresma, um período de recolhimento e contrição para todos, relembrando os 40 dias em que Jesus esteve no deserto preparando-se para sua Páscoa. E, no Brasil, iniciamos a Campanha da Fraternidade que, a cada ano, nos convida a refletir sobre um determinado tema de importância vital dentro de nossa realidade.
              Vamos refletir...

SIGNIFICADO E IMPORTÂNCIA DA QUARTA FEIRA DE CINZAS E A QUARESMA.
          COM A IMPOSIÇÃO das cinzas, inicia-se uma estação espiritual particularmente relevante para todo cristão que quer se preparar dignamente para viver o Mistério Pascal, Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo.

          Este tempo vigoroso do Ano litúrgico se caracteriza pela mensagem bíblica que pode ser resumida em uma palavra: "Convertei-vos" (matanoeiete). Este imperativo é proposto à mente dos fiéis mediante o austero rito da imposição das cinzas, o qual, com as palavras "Convertei-vos e crede no Evangelho" e com a expressão "Lembra-te de que és pó e ao pó voltarás", convida à reflexão sobre o dever da conversão, recordando a inexorável caducidade e efêmera fragilidade da vida humana neste mundo, sujeita à morte.
         
          A sugestiva cerimônia das cinzas eleva nossas mentes à realidade eterna que não passa jamais, a Deus; Princípio e Fim, Alfa e Ômega de nossa existência. A conversão não é, com efeito, nada mais que um voltar a Deus, valorizando as realidades terrenas sob a luz indefectível de sua verdade. Uma valorização que implica uma consciência cada vez mais clara do fato de que estamos de passagem neste fadigoso itinerário sobre a Terra, e que nos impulsiona e estimula a trabalhar até o final, a fim de que o Reino de Deus se instaure dentro de nós e triunfe em sua justiça.
        Sinônimo de "conversão", é também a palavra "penitência", como mudança de mentalidade; penitência como expressão de livre e positivo esforço no seguimento de Cristo.

A beleza do tempo quaresmal

                                                                                                     Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina (PR)

1. A beleza da quaresma está no amor em excesso de Deus por nós, até ao sangue. Contemplando Jesus crucificado os santos costumam dizer: “é assim que se ama, isto é o amor”. Todo o tempo quaresmal quer ser um retiro sobre o amor de Deus pela humanidade. Jesus se fez pecado e maldição, para nossa dignificação, nossa elevação, nossa justificação. Não podemos duvidar do amor de Deus.
2. A quaresma é uma peregrinação, uma romaria, uma caminhada, até ao nosso interior. A oração, a esmola e o jejum são atitudes filiais para com Deus e atitudes fraternas para com os irmãos. A beleza da quaresma está no êxtase e no êxodo. Êxtase é sair de si e aproximar-se de Deus. Êxodo é saída de si na direção do irmão.
3. Quaresma é tempo de crescimento espiritual, um itinerário da experiência na iniciação cristã. O Batismo, a Eucaristia, a Crisma e a Penitência são meios para uma transformação de vida e condição para a iniciação cristã. Renunciamos ao mundo pagão, para entrar no povo de Deus. A quaresma nos oferece uma chance de reencantamento por Jesus Cristo e de aprofundamento do discipulado.
4. A quaresma equivale à experiência do povo de Deus no deserto, rumo à libertação. Deus nos atrai ao deserto para falar ao nosso coração. É necessário então parar, silenciar, pacificar-se. No deserto caem os ídolos e acontece o encontro com o Deus vivo. Passando por tentações e tribulações, noites escuras e purificações próprias do deserto, chegaremos ao dia ensolarado, à celebração, à fidelidade da aliança com Deus. Não há quaresma sem ressurreição.
5. A espiritualidade quaresmal nos permite descobrir a profundidade, a largura, o cumprimento e a altura do amor de Deus. Descemos com Jesus ao vale da humildade e vamos aprendendo a conhecer a nós mesmos, aos outros e a Deus. O sangue, as chagas, o coração transpassado do Senhor nos tornam ébrios de amor por Deus e pelos irmãos.
6. Jesus na sua paixão pensou em cada um de nós. Sofreu por nós, olhou-nos com amor. A quaresma é remédio para nossas feridas. No sangue do Cordeiro somos curados. É também uma escola de amor onde aprendemos a paciência, a obediência, a humildade, o desapego. Não passemos pela quaresma, entremos nela, deixando-nos transformar pelo amor paciente, compassivo, e clemente de Deus, manifestado em Jesus. Ele é a beleza que salva.
Fonte: http://www.cnbb.org.br/outros/dom-orlando-brandes/14584-a-beleza-do-tempo-quaresmal